Placenta
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Encostado à parede por
tamanha força invisivel,
esqueço-me daquilo que
é mais importante para mim.
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Eu.
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Raios partam estes desvios de personalidade
que me fazem esturpar a única coisa que
presta em mim.
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Minha alma.
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Vasco Pompaelo*

Embuste





Caminhando ritmicamente para
o altruísmo que definirá tua
existência,
sentes-te rei.
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Com uma ou outra variação
comportamental, iludindo quem
te vê,
foges á lei.
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Agarrado à coluna vertebral
da tua burrice , intratável,
semeias fluidamente
a nulidade.
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E com essa pose victoriana
de quem já muito conquistou,
passeias alegremente
a realidade.
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És um embuste.
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Vasco Pompaelo*
Consuelo borucrático

Tudo o que de bom me
pode ser apresentado vem
de ti.

Há coisas que se podem dar,
outras apenas admirar.

A tua invulgar beleza
é assim.

Única, nua, simples, mas
de uma estética tão elaborada
que se torna dificil de
explicar.

Não consome, não domina,
apenas nos traz alegria.

Mas como toda a beleza
acaba por se transformar em
vulgaridade, só espero que
esse teu fardo chegue tarde.
Não quero algum dia ser prendado
com tal tortura.

Há ciclos que têm um fim...

E normalmente são aqueles de que mais
dependemos.
Peço-te que mantenhas ao menos essa
ingenuidade que tanto ajuda ao brilho
de tua existência.

Vasco Pompaelo*
Rastejo Espacial
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Com maior ou menor facilidade engulo este sabor amargo
com prazer.
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Porém, enquanto esta disparidade de sentidos poda-me,
dificilmente mudarei
.
Ficando assim ansioso, esfolo a monótona impaciência
com mórbidos desfiles.
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Assustado, vou alcançando aquele estado de graça
em que faço elogios
a mim próprio.
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Vasco Popmpaelo*