Holocausto intelectual
sobrevive à estupidez
comportamental.

Sem limites
no naufrágio da efinge
do egoismo proletariado.

Colossal presença
no transbordar flácido
da epopeia castrada deste
ser.

Triste. Triste. Triste.

Vasco Pompaelo*
Tu! Bela face, belo cheiro
Suga-te o mundo inteiro
Nada te aceita, nada te quer
Mas à noite todos te vão foder!

Sinto-me a dormir acordado


Linguas afiadas para
cortes profundos de
afecto.

Esse falso amor em chamas
que orienta as sucessivas
investidas.

Não vou perder um segundo
deste recital de tragédia.

Calmo, apático e sem noção
das trevas.

Totalmente engolido por essa
flácida honestidade.

Vasco Pompaelo*
Acabou.

Enquanto divago sozinho
nos recantos do sofrimento,
desprezo o sentimento de
revolta levado pela manipulação.

Depois deito-me num mar
de nuvens sedentas de
luz e calor.

Assim como o leito desfeito
pela ignorãncia do teu saber.

Vasco Pompaelo*

PAI


Pai, amo-te
Sinto a tua falta
O teu ser
Os teus conselhos
A tua confiança em mim
O teu amor
A tua coerência
A tua amizade
As tuas fúrias
As tuas tristezas
Os teus gritos
Falhas e erros
Nunca foste injusto comigo
O único
Aquele que me via como ninguém
Me tratava como alguém
Que so me fazia bem
Eras tu
Eras tudo
Passado, presente e futuro
Puro
Presente
Nunca ausente
Foste e o meu maior vazio ficou
Preenchido com tudo que me deixaste
A tua bondade
Conselhos e sonhos para mim
És hoje mais que nunca meu oxigênio
Ar, terra, fogo e água
És o meu caminho feito de sucalcos
A crescer, amadurecer e ser
Eu
Feito de ti
Sinuoso, mas orgulhoso
Do que foste
Do que sou
Sei que vou estar sempre ao teu lado

Vasco Pompaelo*