Ódio

Ódio. Ódio. Não cura nada,
eu sei.
Mas também não consigo
viver sem ele.
Faz parte de mim e daquilo
que me constrói.
Só tu me podes ajudar.
Contigo esse vital sentimento
não existe.
Não vence. Não me
inspira. É desse equilibrio que
preciso.
Que me ressuscita desta
morta vivência.
Impacientemente aguardo
pela tua mão e pelo
teu contacto. Eu quero.
Eu preciso.
Ajuda-me a curar este ódio
que faz de mim uma
anedota.
Um pássaro sem asas.
Uma nau sem caralho.
Vazio.
Inútil.
Sem ti.

Vasco pompaelo*