Sinto-me desencontrado com
com aquilo que mais busco.
Procuro o desejo de querer
atrás de cada ambição,
nestes momentos em que a
insatisfação me apodera e
regula minha acção.
Ter-me ei
transformado num clone
de todos os meus desgostos?
Ou será que não passa
apenas de uma variação estrutural
da minha desgraça?
Quantas opções me são dadas
ao chegar a tal
movimento desconcertado?
Serão suficientes para me
levar a responder a todas
insuficiências do meu ser?
Algures, alguém, alguma vez
hei-de saber,
seja aonde, seja quem ou seja
quando,
pelo menos na minha morte
espero encontrar o porquê.
.
Vasco Pompaelo*
Simplicidade
.
Confiante num estádio mais
avançado, aposto tudo
na claridade da tua presença.
Com razão ou sem ela, espero
que faças por mim aquilo que
não fiz por ti.
Desprezar minha ignorãncia.
Amar minha confiança.
Não podes reduzir a grãos este
volume de atenção que para ti
fiz nascer.
Do nada.
Sempre a confiar no que de
duvidoso me dás,
espero tornar capaz de verter
o teu limite.
Pois sem ele acabamos secos
de emoções,
e vazios de acções.
Não procuro em ti a resposta
para a vida , mas sei que
ao teu lado encontro algum
sentido para apagar o que não
quero.
Que mais me poderás
dar, sendo tu,
um simples copo de cerveja.
.
Vasco Pompaelo*

Caminho sem retorno
E lá caminha ele por tal curso assustador, perigoso até,
E lá caminha ele por tal curso assustador, perigoso até,
mas quanto maior o risco menor o tédio.
Ele não suporta tédio.
Nem aquele feito de sentidos apurados e atitudes exasperadas.
O sinuoso compensa a falta de motivação.
Porque na vida ele acredita que nunca saberemos o que queremos honestamente.
Apenas um breve rumo nos guia, mas nunca nos diz porque lá estamos.
Até porque complicado deve ser aquele segundo após se morrer.
O verdadeiro espectáculo cénico nunca antes produzido.
A única e verdadeira incógnita da vida.
Seja chuva ou sol, vento ou brisa, ele quer sentir.
Desinteressado pode parecer, mas nao se julgue errado,
assim são feitas as colossais descobertas deste ser que aqui anda.
O ser ser humano.
Sim, porque apesar de virmos todos do mesmo sítio, para o mesmo destino não caminhamos.Mas e que bagagem carrega ele?
Sim, porque apesar de virmos todos do mesmo sítio, para o mesmo destino não caminhamos.Mas e que bagagem carrega ele?
A dos erros e das tramas.
A da honestidade e do impulso.
A falsa.
A verdadeira.
A minha.
A tua.
Talvez até a nossa.
Sáo coisas que não se vêm.
Coisas que não se apagam.
A vida.
Tão nossa.
Tão íntima.
A única coisa que realmente está na nossa posse.
Ele não anda triste, apenas desapontado.
Mas não o consome.
Não tem tempo, disposição ou sequer vontade.
Mas o protagonismo que toda essa vivência lhe proporciona fá-lo desconfiar.
Como pode ele ser rei sem reino?
Cavaleiro sem cavalo?
Um ser sem ar?
Por isso, assim, ele vai matar.
Matar-se.
Vasco Pompaelo*
Vasco Pompaelo*
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