
Caminho sem retorno
E lá caminha ele por tal curso assustador, perigoso até,
E lá caminha ele por tal curso assustador, perigoso até,
mas quanto maior o risco menor o tédio.
Ele não suporta tédio.
Nem aquele feito de sentidos apurados e atitudes exasperadas.
O sinuoso compensa a falta de motivação.
Porque na vida ele acredita que nunca saberemos o que queremos honestamente.
Apenas um breve rumo nos guia, mas nunca nos diz porque lá estamos.
Até porque complicado deve ser aquele segundo após se morrer.
O verdadeiro espectáculo cénico nunca antes produzido.
A única e verdadeira incógnita da vida.
Seja chuva ou sol, vento ou brisa, ele quer sentir.
Desinteressado pode parecer, mas nao se julgue errado,
assim são feitas as colossais descobertas deste ser que aqui anda.
O ser ser humano.
Sim, porque apesar de virmos todos do mesmo sítio, para o mesmo destino não caminhamos.Mas e que bagagem carrega ele?
Sim, porque apesar de virmos todos do mesmo sítio, para o mesmo destino não caminhamos.Mas e que bagagem carrega ele?
A dos erros e das tramas.
A da honestidade e do impulso.
A falsa.
A verdadeira.
A minha.
A tua.
Talvez até a nossa.
Sáo coisas que não se vêm.
Coisas que não se apagam.
A vida.
Tão nossa.
Tão íntima.
A única coisa que realmente está na nossa posse.
Ele não anda triste, apenas desapontado.
Mas não o consome.
Não tem tempo, disposição ou sequer vontade.
Mas o protagonismo que toda essa vivência lhe proporciona fá-lo desconfiar.
Como pode ele ser rei sem reino?
Cavaleiro sem cavalo?
Um ser sem ar?
Por isso, assim, ele vai matar.
Matar-se.
Vasco Pompaelo*
Vasco Pompaelo*