Caucasiano Esquálido

Virei arqueólogo de uma vida mórbida,
sem portas ou janelas para poder
acenar a alguém.
Uma sensação de podre proscrito faz
deste dia uma eternidade.
O que procuro não encontro.
O que me satisfaz não funciona.
Olho para dentro de mim e os meus orgãos
suplicam por uma rajada que limpe
esta névoa entranhada.
Que contraste é este?
Que traste é este?
Apetece-me afogar toda a minha razão e lógica
até que nada sobre.

Vasco Pompaelo*
Um dia

Encontro-me calado sem qualquer tipo de força ou voz sequer para pôr em causa uma dúvida tão simples. Que situação tão branca de fugas. Tão colorida de questões sem resposta. A começar pela calma de acção que rege o que eu vejo. Nem algo com asas pode fazer tamanho milagre. Enviar-te de volta para a gruta de onde nunca devias ter saido. Estragas quem te acompanha. Magoas quem te observa. Desaprendes o que nunca te soubeste. Fatidico este local. Musguento de virtuosismo. Virgem de sentidos. Opaco de lógica. Castrado de masturbações mentais. O idiota permanece lentamente profanado. Mas longe de um fim se encontra o desaguar do motivo da ambição de claridade que as trevas que tanto ama e necessita lhe hão-de dar um dia.

Vasco Pompaelo*
Uma suplica.
É tudo que este momento
me exige.
Tornar-me consciente é triturar
minha paciência.
Enquanto a há.
Pois temo que depois
não sobre nada
de mim...

Vasco Pompaelo*
O ABC do D
.
feliz
fascinio
fomentado pela
fome de
foder
.
contrasta
com
confusões
contidas de
consumo
construido.
.
sem
sèmen
sensual e
sentido
.
procura um
próximo
prólogo
proscrito
por
.
mentiras
mensais de
menstruação
mental.
.
Vasco Pompaelo*
E consoante a próxima fase
a peça cresce e absorve.
Das mãos de quem funde tal força
vem algo mais que pujança.
Tranquilidade mórbida
costura os berros e
apraza-os.
A dor é memorável.
Angélica até.
Sacrificios calorosos nem sempre apagam
a fenda,
de tão profunda que se tornou.
Abstrai-se de tudo que fomenta.
É mais um fascinio deturpado da
prensa que nos afasta a todos.
Nem em pensamento,
nem em profanas posturas.
Não é qualquer gosto que dá sentido.
Tudo é estranho.
Todos estranham.
Mas dentro deste pote gigante
confia no teu arrependimento.
Sempre nos temos um ao outro.

Vasco Pompaleo*