Um dia

Encontro-me calado sem qualquer tipo de força ou voz sequer para pôr em causa uma dúvida tão simples. Que situação tão branca de fugas. Tão colorida de questões sem resposta. A começar pela calma de acção que rege o que eu vejo. Nem algo com asas pode fazer tamanho milagre. Enviar-te de volta para a gruta de onde nunca devias ter saido. Estragas quem te acompanha. Magoas quem te observa. Desaprendes o que nunca te soubeste. Fatidico este local. Musguento de virtuosismo. Virgem de sentidos. Opaco de lógica. Castrado de masturbações mentais. O idiota permanece lentamente profanado. Mas longe de um fim se encontra o desaguar do motivo da ambição de claridade que as trevas que tanto ama e necessita lhe hão-de dar um dia.

Vasco Pompaelo*