Ponte que levas-me
para longe não demores
na escolha do caminho.
Apressa-te a encontrar
o meu rumo,
seja ele justo ou injusto,
de confiança ou duvidoso.
Não me importa.
Desprende-me do que
me mata.
Afasta o que me come
a alma.
Não me deixes
nesta margem sem vida
sem alegria, sem luzes,
sem honestidade.
Um mundo morto e
fechado de qualquer cor.
Neste lado as faces são
belas mas os íntimos
podres.
Estragados.
Aqui morre-se como se vive.
Azedo.
Sofrido.
Egoísta.
Meros poros de sanidade
destoam da paisagem.
Mas foi o que me deram.
Foi o que tive de sentir.
Aquela doença que não
estás á espera.
Aquela vida que nunca
escolhias.
Do mais estragado
que existe.
Vem ponte.
Tira-me daqui.
Alcança-me e dá-me
o que me resta,
um pouco de luz.
Sensações.
Pelo menos acabar
com um sentido,
com uma vida.
Com o que eu quero.
Hipocrilândia
Lugar de saudosismo vergonhoso este.
Habitado que nem um reino por seres
cegos de qualquer capacidade didática.
Aqui flutua-se pelo ar como
anjos numa missa,
invisivèis e sem nos conseguirem tocar.
Constantes declamações de aclamações.
Periódicos gritos por um cancro que
mata aos poucos.
É uma disparidade asquerosa que faz o
rumo desta vida.
Que comanda este sonho de criança
e deturpa qualquer lógica.
Vasco Pompaelo*
Habitado que nem um reino por seres
cegos de qualquer capacidade didática.
Aqui flutua-se pelo ar como
anjos numa missa,
invisivèis e sem nos conseguirem tocar.
Constantes declamações de aclamações.
Periódicos gritos por um cancro que
mata aos poucos.
É uma disparidade asquerosa que faz o
rumo desta vida.
Que comanda este sonho de criança
e deturpa qualquer lógica.
Vasco Pompaelo*
É triste.
É triste.
A incapacidade de
se enxergarem
dos que me rodeiam é
impressionante.
O egoísmo social é
quase criminoso.
Cruel.
Apenas avaliam o que
dão e nunca o que lhes
foi dado.
Parecem todos filhos
únicos de um pai
galinha.
Acusam os outros de pedir
mas nunca
se lembram de
quando abusam.
Flutuam na vida como
se fossem anjos
divinos e perfeitos.
Mas isso acaba por ser
natural
e eu sou obrigado
a aceitar isso.
Senão,
era igual
a eles.
Um triste.
Vasco Pompaelo*
Sangue vertido
Perguntavam-me ontem
se me tinha
arrependido.
Haha! Nunca.
Não me posso
arrepender do que
fiz.
Apenas do que não fiz.
O arrependimento é algo
perigoso e viciante.
Tira algo de nós em
lugar de nos preencher.
Se algo fiz de
mal, não me
arrependo.
Apenas evito
ir por aí outra
vez.
Há uma paz
de espirito que não
podemos abandonar.
E ela nasce vivendo.
Experimentando.
Testando nós mesmos
e nosso limites.
Eu apenas tenho medo que
os meus dias aqui não
sejam suficientes e longos
para
partir
em paz.
Vasco Pompaelo*
Ambiente Estreito
E lá se conseguiu chegar
tal enfadonho e lúcido
comportamento.
Onde as horas passam mas
os anos ficam.
Onde tudo brilha mas só
aos olhos do cego.
Aquilo que se ouve só
tem ritmo para poucos.
Não brota nada que
valha a pena.
É uma roldana que samba
com um vento frio e
empurra para trás algo
muito simples,
o auto-reconhecimento
assumido.
Vasco Pompaelo*
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