
Arranja uma cama que te ame
Procura no vago o leito para pousar
Não fiques orfão de qualquer madame
Pois na vida só uma vez sabes amar
No tropeço da aventura finges gostar
Do seco trago da vida amarga
Porque não vês o que podes tocar
Nessa cegueira de uma luta mal amada
Com tiques de sobrevivência alarmados
Implicas com o sabor do luxo falso
Enquanto te pões no cabide dos teus fados
Entras pacificamente no purgatório do cadafalso
Por isso flacidamente tomas a pose
De cavaleiro de mente simples e castrada
Quando sorrindo o mundo inteiro se cose
Para disfarçar a tua presença inflamada
Vasco Pompaelo*