Ak-47

Olá e bem vindo
á tua estúpidez

Com segurança de papel
compras a tua flacidez

Cruzas-te comigo
carregado de superioridade

Enquanto me evitas
nessa tua podre realidade

Caminhas como se
de um monarca te tratasses

Quando bem sabes
que de um Bobo não passas

Clonado de um passado
és tão moderno que expiraste

Fazes da tua vida
um vôo a que faltaste

Sim, és tu meu irmão
não fazes falta a ninguém

Enquanto cantares
essa ópera falsa do desdém

Eu faço esta merda
por mais que não gostes

Pois sabes bem
para mim vales menos que bofes

Aqueles saborosos
que se dão a um cão

Por mais rafeiro
que seja nunca diz não

Eu sei até que
para muitos sou um cabrão

Mas acredita porco
que não passo de um Dragão

Sem fogo ou labareda
mas eu te mato

Pois sou mais injusto
que a filha da puta da Nato.

Vasco Pompaelo*

Santidade Vital

A leste dessa pressa
dou-lhe forte na compressa
não vá desta vez vez fugir a peça.

Do meu ganir de operário
no ponto de vista de ser otário
agarro-me à perna como um padre ao rosário.

Impeço um tiro na nuca assim
da melhor maneira feita por mim
para não ficar na árvore podre do teu jardim.

Estilhaçado pelo medo de ser como tu
facilito a estúpidez desse reles pacto
quando no fundo só te quero ir ao cú.

Vasco Pompaelo*

Boca M

Olá bem vindos
a este mundo de gente lacaia
presa no luxo
da crista da onda de um tsunami

Esse comportamento de superficie
homofóbica da vossa laia
dão-te um fluxo
que nem chegas perto de mim

És idiota.
Uma serpente de lingua torta.
Cortas o vento como uma porca.
Pensas tão pouco
Que a tua lógica ficou torta.

Pois, bem sabes que eu desprezo
a superioridade feita num abcesso
confinada a um fixo excesso
de estúpidez regada com insucesso.

Ok, chegaste com essa roupa
de galdéria com atitude rouca
pintas-te como um brolho de Arouca
e esse focinho só abafado com uma touca

Sai se puderes dessa cabeça maldita,
acorda se quiseres pa realidade bendita
que no fundo tou-me a cagar pa ti. ó pita
somente quero que te fodas, ó Rita.

Vasco Pompaelo*

Bisturi

Emboscado
por esse
apertar de
estômago
que contrai
a minha força de te
querer lamber toda.
Percorrer-te
de joelhos
em jeito
de peregrinação
satânica
em busca do anjo
que se esconde
em ti.
Ser uma lente
dos teus
olhos
e ver o teu mundo
até ficar cego
do meu.

Vasco Pompaelo*

Um saltinho

Hey lord,
já tá na hora
de te impores
e não impores

Tá na hora
de por uma vez fazer
e parar de dizer

Chegou o dia de suar
e não mais falar
Que tal parar de reclamar
e começar a comprar

Não sou teu pai
e não quero isso para mim
mas sai da minha frente
pois pode chegar o teu fim

Arranja-me uma serra
para abrir a tua cabeça
a ver se meto nessa merda
vida real e não realeza

As tuas rédeas estão acabar
apesar de todos teus fantoches
as marionetas vão-te ensinar
que não serves nem para broches

Vasco Pompaelo*

Anjo caído

Importando-me
grão a grão
através da sombra
da rampa de lançamento,
deixo um rasto de fumo
que nem um banquete
de letras em formas
estranhas,
onde aterro num
qualquer pôr-do-sol.
Num mar
deslizante de emoções
intrépidas, sem asas
iluminadas pelo reflexo
do brilho do coração,
uma onda flamejante
na força redonda de
um peito necessitado
torna tudo num impulso
crónico de prazer.
Sou aquele que arrepia
o verme selvagem
que come em mim.
tudo isso só é possivel
neste local arejado
pelo som do teu
respirar.

Vasco Pompaelo*