Anjo caído

Importando-me
grão a grão
através da sombra
da rampa de lançamento,
deixo um rasto de fumo
que nem um banquete
de letras em formas
estranhas,
onde aterro num
qualquer pôr-do-sol.
Num mar
deslizante de emoções
intrépidas, sem asas
iluminadas pelo reflexo
do brilho do coração,
uma onda flamejante
na força redonda de
um peito necessitado
torna tudo num impulso
crónico de prazer.
Sou aquele que arrepia
o verme selvagem
que come em mim.
tudo isso só é possivel
neste local arejado
pelo som do teu
respirar.

Vasco Pompaelo*