Holocausto intelectual
sobrevive à estupidez
comportamental.
Sem limites
no naufrágio da efinge
do egoismo proletariado.
Colossal presença
no transbordar flácido
da epopeia castrada deste
ser.
Triste. Triste. Triste.
Vasco Pompaelo*
Sinto-me a dormir acordado
Linguas afiadas para
cortes profundos de
afecto.
Esse falso amor em chamas
que orienta as sucessivas
investidas.
Não vou perder um segundo
deste recital de tragédia.
Calmo, apático e sem noção
das trevas.
Totalmente engolido por essa
flácida honestidade.
Vasco Pompaelo*
PAI
Pai, amo-te
Sinto a tua falta
O teu ser
Os teus conselhos
A tua confiança em mim
O teu amor
A tua coerência
A tua amizade
As tuas fúrias
As tuas tristezas
Os teus gritos
Falhas e erros
Nunca foste injusto comigo
O único
Aquele que me via como ninguém
Me tratava como alguém
Que so me fazia bem
Eras tu
Eras tudo
Passado, presente e futuro
Puro
Presente
Nunca ausente
Foste e o meu maior vazio ficou
Preenchido com tudo que me deixaste
A tua bondade
Conselhos e sonhos para mim
És hoje mais que nunca meu oxigênio
Ar, terra, fogo e água
És o meu caminho feito de sucalcos
A crescer, amadurecer e ser
Eu
Feito de ti
Sinuoso, mas orgulhoso
Do que foste
Do que sou
Sei que vou estar sempre ao teu lado
Vasco Pompaelo*
Atitude vegetal
Agua livre.
Ponte dura.
Isto consome-nos mas também faz
Com que as manhãs sejam mais puras.
Aquele diz qua não disse
Consoante o vento.
Aquela postura de rei sem trono.
Os prédios sobem andares ao desabar dos céus
A um ritmo asustador.
Nem conseguimos preceber porque.
Não estou preocupado.
Sei aquilo que sou.
Não quero nunca olhar para tras.
Mas se ao menos pudesse mudar,
A sério que o fazia.
Não que esteja farto ou cansado,
Apenas porque mete-me nojo.
Vasco Pompaelo*
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