Assolado que eu estou por um sentimento que me é estranho. Algo que por mais que busque não encontro nada similar. Até as minhas gengivas estão a inchar perante tal ignorância que cerca o meu conhecimento desta estrada que chega a ser tortura. Procuro passo a passo trocar a minha posição por outra de menor dúvida. Eu só queria ser feliz e não ter que pagar por isso. Apenas apostar no investimento da alma. E depois perguntar a quem me observa o que vê. A resposta não tarda e em nada me desagrada. E porquê? Porque é falsa. É feita de engano. É feita para me fazer colher mais frutos nesta existência duvidosa. Já estou habituado. Não me incomoda. Nestes momentos acredito na minha fraqueza. Gosto de ser pisado. Insultado e até arrastado pela mais cruel familiar estocada. E enquanto o mundo roda e eu canto passeando, num único objectivo de enganar o tédio, as nuvens passam e o tempo corre na busca da súbita rajada de prazer que faz girar o próximo passo...

Vasco Pompaelo*