Esse teu olhar que contigo dorme
e a mim me acorda,
é como uma flecha que me
quebra e embaraça.
O teu andar altivo derruba
qualquer pose,
contigo por perto a vontade
aperta e as guardas se rendem.
És uma gota de ouro neste
alcatrão que pisamos.
O teu respirar e o teu pulsar,
os dois quero sentir, os dois
quero abraçar e percorrer
o teu corpo sem deixar partes
por amar.
Quero te cobrir de saliva e
que me dês o teu ofegar.
Trocava contigo de impressão
digital e por ti
tirava o mal.
Deixa-me levar-te
aos melhores paraísos
e contigo criar
um palácio no qual
somos rei e rainha.
Tomava banho contigo
numa piscina de chocolate
e provava a todos que és
o mais doce que há.
Vamos velejar num banho
só nosso,
ao ritmo da vela da paixão
que nos faz maiores.
Quero que sejas o meu
batimento cardíaco.
Quero-te e
quero-te como
doença.
Faço por ti parar
o mundo e dar-lhe as
cores do teu arco-íris.
Quero ser obcecado por ti.
Quero não saber acordar
sem te ter ao meu lado.
Não quero deitar-me
se não for no teu ninho.
Quero contigo criar
um rebanho de
sorrisos e alegria.
Fazer um mundo novo
no qual não entra
ninguém.
Vamos fazer história
como nunca ninguém
conseguirá
escrever.
Vamos fundir-nos
como queijo que derrete
o tédio.
Vamos misturar-nos
como agri-doce.
Vamos consumir-nos
fogo em explosão
quimica.
Vamos olhar-nos
sem nunca piscar
os olhos.
Enrolarmo-nos
sem nos fartar.
Porque eu sei bem,
meu amor,
é contigo que quero
morrer.
Vasco Pompaelo*