Dedicação em vão
..
Através desta onda
Empurrado pela vaga
Distorcida,
Flanqueio aquilo que já
Não posso evitar.
A tormenta.
Pois assim há-de ser sempre
E ainda bem.
Pisando sentimentos e dúvidas
Rasgo o ar em busca
Da palma da mão
Que não me vai esmagar.
Entretanto canto e danço
Ao som de um ritmo
Flácido.
Faço de conta que gosto.
Até procuro esculpir
Em mim um certo
Sabor doce.
Pode ser que com
Este esforço acabe por
Acreditar nas evidências
Que nos são trazidas
Em caixas de ouro.
Não vale a pena.
Vasco Pompaelo*